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05 Oct
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Um dos momentos mais emocionantes do Círio acontece nesta quinta, dia 05 de outubro: a apresentação do manto que vestirá a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré nos eventos da 231ª edição do Círio. A cerimônia de apresentação ocorrerá logo após a missa das 18h, na Basílica Santuário. O manto que a Imagem Peregrina usa nas procissões do Círio é um dos símbolos mais aguardados pelos fiéis, e seguirá vestindo a Imagem Peregrina até as vésperas do Círio 2024.


Desde o início do ano iniciam os preparativos para a confecção dele. Começa com a escolha pelo casal coordenador do desenhista e estilista que serão responsáveis por materializar o ícone, sempre em conjunto com o tema do Círio. Para 2023, a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) escolheu como responsáveis pela criação a estilista Lelé Grello e o artista Odair Mindelo.


O pintor, desenhista e ilustrador Odair Mindelo já trabalhou em outros momentos com o Círio de Nazaré, inclusive em 2016 foi o artista responsável pela arte do Cartaz do Círio daquele ano, entre outros trabalhos e exposições ligados ao Círio. Seu trabalho começou aos 15 anos de idade, quando realizou sua primeira exposição, no Projeto “Boca-da-noite”, do Núcleo de Arte da UFPA, em 1996. Já participou de várias mostras individuais e coletivas no Pará e no exterior.

 Ele começou em 2018 a estudar sobre o manto do Círio e a elaborar uma proposta de desenho. “Naquele ano acabou não dando certo a participação, e este ano recebi o convite do coordenador Antônio Salame e adequei a proposta inicial para o tema, ‘Maria, sinal de esperança para o povo de Deus em caminho’. O manto vem muito elegante, com tons claros, ressaltando também detalhes da Basílica Santuário, que completa 100 anos do título basilical. Será um dos mantos mais bonitos que tivemos, foram anos de estudos e dedicação, um fator preponderante para o desenho final”, afirma Odair. Ele educa seu universo artístico nas observações do cotidiano, apropriando-se de objetos populares, mundo das coisas pouco consideradas e vários ícones amazônicos, tendo como referência a urbanidade e o meio ambiente. “Não tenho como dimensionar a emoção que é desenhar o manto de Nossa Senhora para o Círio, e tenho fé que vai agradar a todos”, finaliza emocionado.


Desde que se entende por gente, Lelé Grello sempre foi apaixonada por moda. Mas foi na adolescência, durante a faculdade de arquitetura, que a estilista decidiu investir no que antes era apenas um talento. “Foi quando eu comecei a estudar profundamente o assunto e então não parei mais. Hoje eu fico feliz em representar o Pará em diversos eventos lá fora, já fiz desfiles em Paris e em outras cidades consideradas os focos da moda”, explicou.


Lelé já havia confeccionado o manto em outro momento, no ano de 2004, e a sua ligação com Nossa Senhora é muito forte, tanto que recebeu o nome de Maria de Nazaré, como promessa da mãe. Ela recebeu o convite do casal coordenador, Antônio e Silvia Salame, em abril. “Após a leitura da liturgia do tema do Círio deste ano naturalmente veio a inspiração para iniciar a confecção, depois veio a segunda fase, a escolha dos materiais mais adequados. Iniciei a confecção em maio, com uma produção diária e constante entre bordados, escolha dos acessórios e os mínimos detalhes para um trabalho deslumbrante”, conta Lelé.


O manto não tem apenas a atribuição de cobrir a imagem da padroeira dos paraenses. Várias exigências precisam ser cumpridas, como a sua ornamentação, que precisa estar de acordo com o tema do Círio de cada ano, assim como as cores, os adereços e os desenhos, que precisam passar uma mensagem ao público. Além disso, ele também deve transmitir uma mensagem evangelizadora aos devotos, como todos os símbolos do Círio de Nazaré.

História - Um dos símbolos da procissão, a tradição do manto foi mantida desde que o caboclo Plácido encontrou a santinha às margens do igarapé Murucutu. Ao sair nas procissões, o manto da Virgem de Nazaré seguia um formato retangular e, nos anos seguintes, foi confeccionado pela Irmã Alexandra, da Congregação Filhas de Sant’Ana, que confeccionava os mantos com material doado por promesseiros, até sua morte em 1973.

Por: Ascom/Diretoria da Festa de Nazaré.

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