O Big Brother Brasil, que já está no ar há pouco mais de dois meses, tem chamado atenção pelos temas debatidos entre os participantes. Desta vez, uma conversa entre a modelo Yasmin Brunet e a paraense Alane Dias trouxe o alerta sobre a compulsão alimentar. Yasmin desabafa recorrentemente sobre as questões alimentares que tem sofrido dentro da casa mais vigiada do país.
“Eu tô completamente descompensada na alimentação. Eu tô muito ansiosa. E eu já tive questões alimentares. Então, eu tô depositando absolutamente tudo na comida”, desabafou.
Em outro momento, a modelo expressou um pouco mais do que tem vivenciado: “Quem tem questões alimentares vai conseguir entender isso. Você se sente cheio e vazio ao mesmo tempo. Parece que o único momento em que eu não penso, não fico ansiosa, é o momento em que eu como, mas logo em seguida já vem de novo”, acrescentou.
O quadro descrito por Yasmin se assemelha a episódios de compulsão alimentar, condição possivelmente desencadeada por situações e ambientes estressores. O psicólogo da Hapvida NotreDame Intermédica, Jediael Abreu, explica que o transtorno é associado a episódios recorrentes de consumo excessivo de alimentos em um período curto, acompanhados da sensação de perda de controle durante esse momento.
“A compulsão também pode ser identificada quando há a ingestão de grandes quantidades de alimentos mesmo que o indivíduo esteja sem fome, comendo mais rápido que o normal e escondido das outras pessoas. Nesses episódios, são observados sentimentos como tristeza, vergonha e culpa”, afirmou o profissional.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 4,7% da população brasileira sofre de compulsão alimentar, um dado expressivo, tendo em vista que o quantitativo representa quase o dobro da população mundial (2,6%).
Jediael ressalta que vários são os fatores que levam uma pessoa a ter episódios dessa natureza. Eles podem ser genéticos, neuroquímicos ou psicológicos, gerados por estresse e traumas. Questões ligadas a uma dieta restritiva ou à imagem corporal também podem influenciar. O especialista destaca também que a compulsão pode acontecer em qualquer momento da vida, mas principalmente na adolescência e no início da vida adulta, desencadeada pela pressão social e pelas mudanças hormonais, comuns nesse período.
Tratamento
Para o psicólogo, não há uma cura definitiva, mas o tratamento geralmente envolve abordagens psicoterapêuticas e, em alguns casos, medicamentos. “O acompanhamento precisa englobar a pessoa como um todo. Para isso, é necessária uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psiquiatras, nutricionistas e até profissionais de Educação Física, de modo que os diversos aspectos do transtorno possam ser abordados. É essa equipe que vai conduzir uma terapêutica apropriada para que a pessoa aprenda a lidar com suas necessidades, faltas e autopercepção”, finaliza.
Por: NM Comunicação.