Com a proposta de celebrar a cultura da Amazônia e chamar a atenção para a produção artística da região e a necessidade de proteção da maior floresta tropical do mundo, a Virada Sustentável Amazônia será realizada, pela primeira vez, em Belém, entre os dias 23 e 26 de novembro.
Com uma extensa programação totalmente gratuita, o maior evento de sustentabilidade do Brasil promete ocupar a cidade com arte e cultura durante os quatro dias de realização, promovendo uma verdadeira mistura de ritmos, sons e cores com uma diversidade artística que mistura grupos tradicionais, representantes da cultura popular e de raiz local, com jovens artistas da nova cena artística do Pará.
Dividindo-se entre o Complexo Ver-o-Rio, o Píer das Onze Janelas, o Porto Futuro e a UsiPaz Jurunas/Condor, o Festival trará uma programação diversa, formada por apresentações musicais, de dança, teatro, contações de história, performances e instalações artísticas, exposições de arte e muito mais.
No primeiro dia de evento (23), por exemplo, no Píer das Onze Janelas, quem subirá ao palco é o cantor AQNO. O artista é uma das grandes revelações da atual música pop latina paraense, com uma identidade fortemente construída através do teatro, dança, moda e artes visuais, que compõem seu universo criativo e estética ultra-colorida, sci-fi e futurista.
Um dos maiores representantes da sonoridade percussiva da Amazônia, o Trio Manari é outro dos destaques da programação da Virada Sustentável Amazônia em Belém. Formado pelos músicos Márcio Jardim, Nazaco Gomes e Kleber “Paturi”, o grupo celebra este ano 23 anos de carreira.
Prometendo uma fusão de ritmos pulsantes, o Clube da Guitarrada convida a guitarrista Renata Beckman para, juntos, proporcionarem uma verdadeira celebração da herança cultural latina da região. O show será realizado no dia 23 de novembro, a partir das 19h no Píer das Onze Janelas.
Também no Píer, mas no dia 24, a banda Móbile Lunar se apresentará com a cantora Júlia Passos, em uma simbiose perfeita entre a versátil banda e todo o talento de Júlia. Provando que a Virada Sustentável, além de um espaço de conexões, também é lugar de reencontros, o grupo Charme do Choro volta a se reunir para um show especial na Virada, celebrando a música brasileira através do choro. A apresentação será no dia 25, no Píer das Onze Janelas.
Quem também estará presente na VS Amazônia, é Mestre Damasceno, um dos maiores representantes atuais da cultura marajoara. Compositor, cantor e repentista, nasceu em uma família de colocadores de boi-bumbá e, desde os 19 anos, atua em diversas manifestações populares, como o carimbó e o próprio boi-bumbá. Junto com seu grupo, os Nativos Marajoaras, Mestre Damasceno canta sobre o Marajó, a natureza, sobre o tempo, os rios, sobre suas ocupações de pescaria, de artesanato, sobre encantarias e a influência da lua nas águas.
O Bando Mastodontes é outro grupo que promete agitar o Festival. Com mais de oito anos de existência, o grupo, que possui origem fortemente ligada ao movimento teatral de Belém, já realizou diversas iniciativas que possuem em comum a mobilização artística local, tecendo pontes com a cultura popular e com a cena contemporânea, no propósito político de tecer pontes e democratizar o fazer cultural. O primeiro álbum da banda, chamado “Ciranda Celestial”, lançado em 2022, evoca mergulhos que atravessam e conectam mundos, para ampliar a visão voltada ao cuidado e ao respeito ao outro e a existências, resistência, expansão de consciÊncia e fragmentos de universos e culturas.
E por falar em palco, uma das grandes atrações da edição de Belém da Virada é o espetáculo que será protagonizado pela Orquestra Amazônia, que convida grandes nomes da música paraense, como Aíla, Gigi Furtado, Jeff Moraes, Juliana Sinimbu, Luê e Naieme. A orquestra será regida pelo jovem maestro paraense Renan Cardoso.
Teatro
As artes teatrais também serão um dos destaques da programação. Uma das peças de maior sucesso do Pará, Solo de Marajó, do Grupo Usina, vai ocupar as ruas do Complexo Ver-o-Rio. No monólogo, protagonizado por Cláudio Barros, o ator apresenta oito histórias, que constroem um retrato da vida do povo amazônida, especialmente o marajoara, inspiradas no universo literário de Dalcídio Jurandir.
O Grupo Dirigível de Teatro traz uma linda e poética história sobre o processo de se descobrir existindo e sobre existir na Amazônia no espetáculo Manga Curumim. O trabalho traz uma alquimia entre elementos visuais, textuais e musicais. Já o espetáculo “Dança das Cabeças” propõe uma narrativa em formato de bailado, que inicia com um cortejo onde o ator Cléber Cajun encarna vários personagens, representados pela troca das várias cabeças dispostas no cenário e que simbolizam a trajetória de uma alma que vai atravessando o tempo em seu brinquedo de fazer sonhar.
O Jardim de Alice é uma apresentação em teatro de marionetes, que o grupo Camapu traz para a Virada Sustentável Belém. A iniciativa, do artista plástico San Rodrigues e da arquiteta Nina Brito, busca valorizar e popularizar o teatro de marionetes.
A contação de histórias, voltada para crianças e adultos, também tem lugar cativo na programação. A atriz e professora, Karla Pessoa, por exemplo, se apresenta com “O Pastor de Nuvens”, onde mostra a descoberta do sentimento de afeto e admiração de uma menina por seu avô. “Rio de Encantarias”, por sua vez, é uma contação que traz para o público histórias que envolvem o imaginário dos rios, com narrativas que a contadora, Vandiléa Foro, ouvia de sua avó e outras anciãos.
Dança e artes visuais
A dança também será um dos destaques da programação do Festival em Belém, com encenações, apresentações e performances ocupando vários pontos da cidade. Entre elas, estão o Grupo Folclórico Amazônia, a Cia de Danças Folclóricas Trilhas da Amazônia, o grupo Sabor Marajoara, Grupo Parafolclórico Frutos do Pará e muito mais, trazendo toda a tradição das danças típicas de vários cantos do Pará.
Já no campo das artes visuais, 17 artistas atuantes na cena amazonense e paraense foram convidados para compor uma exposição que ficará exposta no Porto Futuro. Cada artista criou uma arte para representar um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organizações das Nações Unidas (ONU).
Outra intervenção que promete chamar a atenção é a Eggcident, do artista holandês Henk Hofstra. A obra, que já foi exibida em diversas cidades do mundo, é uma metáfora em tamanho gigante sobre os riscos que enfrentamos por causa do aquecimento global. Nela, Hofstra traz ovos estalados e prontos para serem fritos, com o nosso Planeta sendo a própria frigideira. A obra será instalada no Porto Futuro, entre os dias 23 e 26 de novembro.
A Virada Sustentável traz, também, uma exposição a partir das fotos do livro “Amazônia das Crianças”, do fotógrafo Araquém Alcântara, que retrata a vida, brincadeiras e o cotidiano de 14 crianças em seus diferentes territórios.
Celebrando a cultura amazônica, o artista visual Kauê Lima fará uma série de projeções em empenas de dois edifícios da cidade, durante os quatro dias de Festival. Serão 10 artes diferentes, criadas pelo ilustrador Rodrigo Cantalício, que mostram uma visão artística de uma escuta realizada junto ao conselho criativo da Virada Sustentável de Belém, formada por representantes da cultura local, que destacaram os temas mais relevantes para se construir uma Belém mais sustentável.
Protagonismo local - A construção da edição de Belém da Virada Sustentável Amazônia foi realizada, desde o começo, de forma compartilhada, com o protagonismo de atores locais e em um processo de muita escuta. Foi a partir dessa metodologia, por exemplo, que se chegou ao time de artistas selecionados, aos locais do evento e seu formato.
A definição da programação da Virada Sustentável Amazônia Belém teve a participação de quatro curadoras atuantes do cenário cultural do Pará e foi desenvolvida com o objetivo de, junto com especialistas da área, destacar uma ampla gama de trabalhos artísticos que demonstram a diversidade e a riqueza da cultura paraense. As curadoras Moara Tupinambá, Renée Chalu, Cláudia Peniche e Adriana Cruz asseguraram que a programação estivesse enraizada na cultura local, incluindo uma variedade de formas de expressões, como teatro, dança, música, performance, contação de histórias e uma apresentação de orquestra.
A Virada Sustentável Belém é apresentada pela Lei de Incentivo à Cultura com realização da Virada Sustentável e Ministério da Cultura, do Governo Federal, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU). O festival tem o apoio institucional da Prefeitura de Belém, através da Fundação Cultural de Belém (Fumbel) e do Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e da Secretaria de Cultura (Secult). A coordenação local do evento é feita pela Investe Amazônia e conta com a parceria da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e do Sebrae.
SOBRE A VIRADA
A Virada Sustentável é o maior festival de sustentabilidade do Brasil. Envolve articulação e participação direta de organizações da sociedade civil, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais, equipamentos culturais, empresas, escolas e universidades. Tem como objetivo apresentar uma visão positiva e inspiradora sobre a sustentabilidade e seus diferentes temas para a população, gerando reflexão e discussões a fim de promover um futuro sustentável e reforçando as redes de transformação e impacto social existentes.
Desde 2011, a Virada Sustentável já realizou mais de 40 edições pelo Brasil em cidades como São Paulo, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Campinas, Sinop (MT), Ilhabela / São Sebastião, Valinhos (SP) e Fortaleza e agora chega em Belém.
Em todos esses anos, milhares de organizações da sociedade civil participaram da construção e realização do festival. Um modelo colaborativo e de escuta ativa em cada cidade por onde a Virada passou.
Canais da Virada:
Site: www.viradasustentavel.org.br
Instagram: @viradasustentavel
Por: Assessoria de Imprensa/Agência Eko.