O Dia Nacional da Saudade, definido em 30 de janeiro, é o dia para recordar as boas lembranças das diferentes fases da vida, bem como dos momentos divididos com pessoas importantes que não estão mais conosco - por um rompimento relacional voluntário ou não. No ano de 2023, essa data é ainda mais significativa considerando que é a primeira após o isolamento social da covid19, doença que separou tantas pessoas queridas e levou quase 700 mil brasileiros embora para sempre.
Afinal, o que é saudade?
A palavra advém do latim solitas, que significa solidão. No dicionário Oxford, é definida como “sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas já vividas”.
Há diversos tipos de saudade: de quem se foi, de quem está longe, de término… a diferença entre eles se encontra, normalmente, no grau de escolha que tivemos para chegar a essa situação. A saudade que nos deixa de “mãos atadas”, como os rompimentos causados por morte por exemplo, são geralmente os mais difíceis de aceitar e superar. Além disso, outra diferença é a da experiência singular e subjetiva de cada um perante esses processos.
Esse sentimento de falta e perda pode ser bom ou ruim, dependendo do modo como o indivíduo o experimenta. “Normalmente, sentimos saudades de pessoas, situações, momentos e lembranças que foram significativos para nós, e o sentimento de saudade, nesse aspecto, pode ser considerado como algo bom”, conta Nádia Oliveira, professora de psicologia da Wyden.
Por outro lado, a saudade pode se tornar algo ruim na medida em que o indivíduo se vê preso nessas lembranças, impedindo que viva o momento presente e prejudicando ativamente a sua vida. “Quando o indivíduo fica ‘preso’ ao ponto de não aceitar que tais experiências findaram-se naquele momento difícil, cria-se um apego ao passado, que seria a dependência emocional dessas experiências vividas”, completa Nádia.
Como lidar?
Segundo a professora de psicologia, o primeiro passo para lidar com esse sentimento é aceitá-lo como natural, inerente à vida, sem atribuir de imediato um juízo de valor. Também é importante identificar se é uma saudade boa ou ruim e, caso seja ruim, dependendo de sua intensidade e frequência, pode comprometer seus afazeres e rotina de um modo geral, ocasionando sofrimento e adoecimento psíquico. “Caso isso ocorra, é importante que essa pessoa procure uma rede de apoio e acompanhamento profissional psicológico”, finaliza.
Por: Matheus Freire / Wyden