A enfermeira e professora universitária Danielle Cruz lança nesta quinta-feira (20) sua pré-candidatura para vereadora de Belém. O evento será às 18h, no Sindicato dos Bancários. Pré-candidata pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a Enfermeira Dani tem uma trajetória de anos na linha de frente da saúde do Pará e na defesa dos direitos dos profissionais da Enfermagem. Mãe e ativista, é aguerrida militante feminista na proteção das mulheres e meninas. Uma potente liderança na luta por justiça social e pela democracia, Enfermeira Dani chega “Pra cuidar de Belém”.
“Os espaços de poder e deliberação precisam ser ocupados por mulheres e pela classe trabalhadora, e os dois associados é ainda melhor. Mas não basta ser mulher, tem que atuar em proteção das mulheres. Da mesma forma que não basta ser profissional de Enfermagem, tem que ter atuação em defesa da valorização e reconhecimento da profissão, e lutar por um SUS forte, equânime e resolutivo”, defende Danielle, que integra a Democracia Socialista do PT, e conta com apoio da Resistência Socialista e da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB).
Liderança em prol da saúde e do direito do trabalhador
Mulher de fibra, Danielle fez história ao se tornar a primeira presidenta do Conselho Regional de Enfermagem do Pará, depois de um hiato de 18 anos de presença feminina à frente do Coren-PA. Representando mais de 105 mil profissionais, capitaneou duas gestões, de 2018 a 2023, onde conquistou 80% de aprovação trabalhando com afinco pela valorização e reconhecimento da categoria, pela formação profissional e melhoria das condições de trabalho - mesmo nos períodos mais desafiadores e trágicos, como foram os anos de pandemia.
Diante dos baixos salários, da falta de equipamentos de proteção individual e de insumos básicos, buscou caminhos para mitigar as dificuldades e amparar os profissionais, que foram fundamentais para salvar milhares de vidas.
“Durante a pandemia, agimos em determinados momentos como se fôssemos gestores de saúde, doando máscara PFF2 aos profissionais de Enfermagem que não tinham EPI suficientes em seus locais de trabalho. Além disso, mudamos nossa forma de atendimento que, por determinado momento foi 100% virtual, e aprimoramos os protocolos e serviços”.
Em sua gestão, foram diversas frentes de atuação: ampliou como nunca a fiscalização do exercício da Enfermagem no Pará, chegando a municípios que jamais haviam sido vistoriados pelo Coren-PA. Apostando na capacitação dos profissionais, articulou a promoção de duas turmas de mestrado fora de sede realizadas pela Universidade de São Paulo em parceria com a Universidade do Estado do Pará em Belém e Santarém, além de realizar eventos científicos na capital e em diversos municípios do estado.
Com rigor orçamentário, planejamento estratégico e articulação de apoiadores inclusive em esfera federal, Danielle garantiu a nova sede do Conselho, que há mais de 30 anos era reivindicada pelos trabalhadores. Além disso, renovou e duplicou a frota de veículos, o que possibilitou maior agilidade de locomoção para as fiscalizações.
Com cuidado especial à saúde e dignidade das mulheres, implantou a qualificação da Atenção Primária na consulta de Enfermagem Ginecológica com foco no planejamento sexual e reprodutivo e na inserção de dispositivo intrauterino.
Mulher de luta, buscou na Assembleia Legislativa do Pará a garantia de direitos para a Enfermagem em batalhas históricas da categoria, como o projeto de indicação de lei que estipula 30 horas semanais de trabalho para os profissionais da área, e o PL que estabelece o descanso digno a enfermeiras e enfermeiros do Pará; e a luta pela efetivação do pagamento do piso salarial da Enfermagem em Belém.
Em busca da defesa dos trabalhadores, foram inúmeras as vezes em que Danielle, enquanto presidenta do Coren-PA, ingressou na Justiça em desfavor de entes públicos e privados para resguardar as prerrogativas da profissão.
Brasileira de luta
Danielle Cruz tem uma história de vida que se parece com a de muitas mulheres brasileiras. Filha de uma família humilde de imigrantes nordestinos que, à procura de oportunidades, se mudaram para o Pará, Enfermeira Dani nasce em Belém, mais precisamente na Maternidade do Povo, em uma quarta-feira que antecedeu os festejos de carnaval do emblemático ano de 1985, “marcado pela 1ª edição do Rock in Rio, pela redemocratização do Brasil, aprovação de eleições diretas para presidente da República com dois turnos e garantia aos analfabetos o direito de votar”, como ela mesma faz questão de pontuar.
Entre mudanças de cidade e até de estado, seus pais decidiram fincar moradia no município de Castanhal, onde a Enfermeira Dani cresceu. Aluna esforçada, com apenas 16 anos, ingressa no curso de Enfermagem da UEPA, em Belém, e enfrenta anos de idas e vindas entre os municípios, com o dinheiro apertado e sem trocado para o lanche.
Ainda estudante, Dani encampa as lutas sociais, e conhece a Associação dos Universitários de Castanhal que tinha como uma das principais pautas a garantia da meia passagem intermunicipal, uma necessidade que era dela, moradora de Castanhal, e de tantos outros jovens estudantes e trabalhadores.
“A luta pelas 30 horas semanais, pelo piso salarial, contra o ato médico, pelo descanso digno, dimensionamento adequado, e tantas outras, e em nenhuma delas nos furtamos de fortalecer e participar das reivindicações”, lembra.
Casa-se no fim da graduação e em 2008, torna-se mãe de Maria Luísa, quando tinha pouco mais de um ano de formada e, assim como muitas mulheres neste país, abriu mão de trabalho e da pós-graduação que fazia, para que pudesse se dedicar à maternidade, o que nos faz refletir cada vez mais da importância da rede de apoio.
Atuou como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa, tirou plantão de graça e foi professora de curso técnico, o que é muito comum para os mais recentes na profissão.
Mas foi em 2017 que recebeu um dos maiores desafios enquanto profissional, que foi compor uma chapa para concorrer às eleições do Coren-PA. Desafio lançado, desafio aceito.
Com uma trajetória marcada pela força revolucionária da educação, coragem na luta por direitos das mulheres e a defesa de enfermeiras e enfermeiros, em 2024, Dani lança pela primeira vez sua candidatura para cargo público, na convicção de que fortalecer a categoria da saúde é um esforço que melhora diretamente a qualidade de vida de toda população. Uma luta coletiva, social e em prol de cada trabalhadora e trabalhador da nossa cidade. Vamos, juntos, cuidar de Belém!
Serviço
Lançamento da pré-campanha da Enfermeira Danielle Cruz (PT), dia 20 de junho, às 18h, no Sindicato dos Bancários, Rua 28 de setembro, n° 1210, bairro do Reduto.