A Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, fechou o primeiro semestre de 2024 como a maior vendedora de energia do país entre as geradoras. De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, considerando o mercado livre e o regulado, a empresa comercializou 4.832 MW médios (equivalente a 21.107 GWh), registrando um resultado superior ao certificado de garantia física da usina, que é de 4.571MW e ao alcançado no primeiro semestre de 2023.
A marca atingida pela Norte Energia coloca a hidrelétrica como a maior vendedora entre todas as fontes de energia do país, renováveis e não renováveis. “É importante destacar o papel de Belo Monte e das hidrelétricas no suprimento de energia do país. Além da alta capacidade de geração, as hidrelétricas têm flexibilidade para atender horários da alta demanda nacional por energia”, ressalta Sílvia Cabral, diretora de comercialização da empresa.
A produção de Belo Monte no primeiro semestre correspondeu a 6% (20.414 GWh) de toda a energia utilizada no país, o equivalente ao consumo de 20 milhões de residências. Essa quantidade gerada por Belo Monte entre janeiro e junho deste ano é suficiente para abastecer todos os domicílios das regiões Norte e Centro-Oeste e mais o estado do Rio de Janeiro, durante o mesmo período.
A partir do segundo semestre, a usina precisa reduzir sua geração e respeitar a sazonalidade do Rio Xingu, o que está previsto na matriz da usina. A diminuição da vazão do Xingu é um fenômeno natural, que acontece historicamente na região Amazônica muito antes da construção de Belo Monte.
Essencial para segurança energética nacional
Belo Monte é a quinta maior hidrelétrica do mundo e a maior brasileira. A usina é responsável, hoje, pelo atendimento de 10% da demanda anual do país e é fundamental para garantir a segurança do sistema elétrico nacional. Sem Belo Monte, as alternativas seriam gerações de outras fontes de energia não renováveis, com emissões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera.
Historicamente, a usina atua como uma espécie de bateria do sistema energético, ajudando na reserva do país e no atendimento da ponta de carga. No último 15 de março, por exemplo, quando o SIN atingiu seu recorde de demanda instantânea de 102.478MW, Belo Monte contribuiu significativamente no horário de pico de consumo nacional, entregando 12% da energia elétrica necessária, o que equivale ao atendimento imediato de 60 milhões de pessoas.
Dias antes, em 7 de fevereiro, o Sistema Interligado Nacional (SIN) registrava o consumo recorde de energia no país. A carga total foi de 101.860 megawatt (MW), com 92,4% de fornecimento por fontes renováveis, especialmente as hidrelétricas. Segundo dados do ONS, Belo Monte foi responsável por garantir 10% da demanda nacional.