Apesar do avanço nos debates sobre como manter e preservar a natureza, ainda há um longo caminho a ser percorrido para a consolidação de projetos e políticas públicas sustentáveis. Segundo a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, cerca de 40% de toda a área terrestre já está degradada, revelando grande preocupação sobre o uso responsável dos recursos naturais e destacando a urgência de ações incisivas para cuidar do planeta.
De acordo com Helenice Menezes, docente de engenharia da Faci Wyden, os desafios sobre meio ambiente convergem para o encontro de um caminho que concilie interesses econômicos e técnicas que impactem em pequena escala. “Enquanto profissional, o dever da engenharia é auxiliar na criação de novas tecnologias e aprimoramento das já existentes, para a obtenção de produtos e serviços que degradem menos o meio ambiente, quer seja pela diminuição de recursos ambientais utilizados ou pela redução dos resíduos gerados durante os processos produtivos. Mas isso deve ser uma preocupação geral e não apenas dos especialistas”, pontua.
Um exemplo de companhia que já tem a sustentabilidade como diretriz do negócio é o Assaí Atacadista, por meio de ações que têm como principal finalidade a gestão do impacto ambiental e o combate às mudanças climáticas. O empreendimento possui política interna de redução dos resíduos sólidos gerados nas lojas e destinação de materiais para reciclagem. Além disso, a empresa também investe em lojas com o uso de fontes de energia limpa, com matriz 100% renovável, e incentiva os clientes e colaboradores com pontos de coleta de lixo.
Para se ter uma ideia da dimensão deste trabalho, o Assaí recebeu em 2021, somente de Estações de Reciclagem instaladas em suas unidades de Belém e Ananindeua, mais de 39 toneladas de resíduos entregues pelos clientes para uma destinação ecologicamente correta. Os números reforçam as boas práticas da Companhia e contribuem para indicar caminhos de soluções ao cenário atual.
De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, levantamento feito em 2021, 16,5 milhões de pessoas não são contempladas sequer com a coleta regular de lixo. Os dados também ressaltam que 40% do lixo, ou seja, 30 milhões de toneladas por ano, estão em aterros antigos ou em lixões a céu aberto.
“É imprescindível que a sociedade se informe cada vez mais sobre como ações diárias podem afetar o meio ambiente e que mais políticas públicas e privadas sejam projetadas para salvaguardar os recursos naturais. Até mesmo a falta de saneamento nas cidades, que consequentemente implica na saúde pública de maneira negativa, em grande parte se deve à ausência de políticas que priorizem a sustentabilidade não só no contexto ambiental, mas também socioeconômico das comunidades, principalmente se olharmos a perspectiva amazônica”, conclui a professora.
Por: Giullia Moreira/Agência Eko.