Em uma era marcada por julgamentos instantâneos nas redes sociais, onde a opinião pública frequentemente se antecipa à Justiça, o papel do advogado criminalista torna-se ainda mais desafiador. Defender o direito à presunção de inocência, garantir o devido processo legal e atuar sob intensa exposição midiática exige preparo técnico, equilíbrio emocional e compromisso ético. Foi justamente sobre esses dilemas que tratou a palestra do advogado Lucas Sá, realizada na última quarta-feira (2), na Estácio Castanhal.
Com o auditório repleto de estudantes, professores e profissionais do Direito, o evento teve como tema “Defesa nos Casos Criminais de Grande Repercussão” e trouxe à tona discussões atuais e sensíveis sobre o exercício da advocacia penal em casos que ganham ampla visibilidade.
Lucas Sá, que é mestre em Direito Processual Penal e especialista em Processo Penal Econômico, compartilhou sua experiência à frente de casos de grande notoriedade, como a investigação sobre as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Amazonas, além do caso Lucas Porto, no Maranhão, acusado do assassinato da cunhada, a publicitária Mariana Costa.
Durante a palestra, o advogado destacou não apenas os aspectos técnicos da defesa, mas também o impacto humano e social desses processos. “Foi um encontro muito especial. Pude falar sobre como é estar no centro de casos que mobilizam o país, enfrentando não só os desafios jurídicos, mas também a pressão da opinião pública. É fundamental que os futuros advogados compreendam a complexidade e a responsabilidade envolvidas nesse tipo de atuação”, afirmou Lucas Sá.
O público acompanhou com atenção cada relato, especialmente os que envolviam decisões éticas difíceis e estratégias adotadas em meio à comoção social. A interação entre palestrante e plateia tornou o momento ainda mais enriquecedor, com perguntas que revelaram o interesse dos alunos pela prática profissional além da teoria.