Em meio a diversas transformações ambientais e socioeconômicas, a Amazônia encontra-se no centro das discussões internacionais focadas no meio ambiente e na sustentabilidade. Sendo o Pará um estado com vasta riqueza em recursos naturais e reconhecido como referência nas atividades mineradoras no Brasil, a chegada da COP 30, no próximo ano, é um momento crucial para apresentar ao mundo novas alternativas para mostrar como a mineração e a sustentabilidade podem caminhar juntas.
Com 12 horas de autonomia por carga, o SANY SKT90E garante produtividade e eficiência
Um exemplo concreto destas inovações dentro das operações de extração mineral está em Paragominas, por meio da aquisição de caminhões e carros 100% elétricos à frota de veículos da empresa. Cada caminhão do modelo SANY SKT90E possui cerca de 12 horas de autonomia por carga, ou seja, de energia disponível por carregamento.
Caminhões e carros elétricos que operam na Hydro Paragominas.
Na prática, apenas um veículo deste modelo significa a diminuição de 190 toneladas de CO2 por ano, em comparação a modelos movidos a diesel, representando uma redução na emissão de gases na atmosfera. A substituição de parte da frota leve por carros elétricos e veículos a etanol também contribuiu no processo de descarbonização, com uma diminuição estimada de 120 e 575 toneladas de CO2 por ano, respectivamente.
Segundo Anderson Martins, diretor industrial da Mineração Paragominas, a Hydro está investindo em veículos elétricos para atingir sua meta de descarbonização até 2030, que tem como propósito controlar a emissão de carbono e atingir a neutralidade até 2050. “Vejo o futuro da mineração intrinsecamente ligado à sustentabilidade. A adoção de veículos elétricos e energias renováveis é essencial para reduzir o impacto ambiental e garantir a viabilidade da indústria a longo prazo. Acredito que veremos um crescimento exponencial no uso dessas tecnologias nos próximos anos, impulsionado pela inovação e pela demanda por práticas mais responsáveis. A mineração sustentável não é apenas uma tendência, mas uma necessidade. Estamos comprometidos em liderar essa transformação, buscando constantemente soluções inovadoras e investindo em tecnologias que nos permitam operar de forma mais eficiente e com menor impacto ambiental. O futuro da mineração é elétrico e renovável”, ele afirma.
Mulheres no volante - Para além dos benefícios perceptíveis e importantes para a descarbonização no estado, outro ponto positivo da obtenção dos veículos é a da inclusão de mulheres na manipulação e controle dos caminhões. Elissandra Oliveira, Operadora de Equipamentos e Instalações, é uma das motoristas que trabalha na Hydro e assume este cargo com muito orgulho.
Elissandra está dentro do pequeno número de mulheres empregadas no setor mineral, que representa apenas 21% do corpo funcional.
“Um dia, pedi para participar do treinamento, e o supervisor falou que iriam chegar uns caminhões elétricos e que eu seria uma das pessoas a operá-lo. Há um ano eu opero o caminhão elétrico, que, para mim, é uma tecnologia sensacional. Totalmente elétrico, jamais poderia imaginar que eu faria esse feito um dia. Na minha visão, essa é uma inovação que veio para ficar. Trabalhamos todos os dias visando o meio ambiente, essa é uma realidade que está todos os dias no nosso meio e, por consequência, a sociedade no geral tem que se policiar e se capacitar para se tornar uma sociedade melhor para se viver”, comenta a profissional.
Filha de trabalhadores rurais, que posteriormente tornaram-se funcionários públicos, Elissandra encontrou na mineração uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho e oferecer mais estabilidade para a sua família. Na Mineração Paragominas, ela trabalha desde 2006, onde ingressou como aprendiz operacional. Durante sua trajetória inicial, enfrentou alguns desafios, pois sua filha ainda era muito pequena e era necessário deixá-la com familiares.
A operadora está dentro do pequeno número de mulheres empregadas no setor mineral, que representa apenas 21% do corpo funcional, conforme revelado em dados do Relatório de Indicadores 2023 do Women In Mining Brasil (WIM Brasil). Vencendo os estigmas e preconceitos relacionados aos papéis sociais femininos impostos pela sociedade, Elissandra empoderou-se através do seu trabalho na mineração. Hoje, ela desempenha com qualidade e responsabilidade uma função que antes era feita apenas por homens.
“Sou muito realista em falar que a mulher pode estar onde ela quiser, basta ela se impor e não deixar ninguém a rebaixá-la por ser mulher. Na minha função, faço as mesmas coisas que os homens fazem. E jamais vou deixar com que eles me façam sentir inferior”, enfatiza.
A transição é agora: impactos socioambientais são vistos em Paragominas - No caminho rumo à descarbonização, estão iniciativas como a implementação de caldeiras elétricas com energia renovável, mudanças para o uso de gás natural e a migração para fontes solares e eólicas. Utilizando o Programa Brasileiro do Protocolo GHG, da Fundação Getúlio Vargas, as operações da Hydro - Alunorte, Mineração Paragominas e Albras- monitoram as emissões de carbono com rigor. A averiguação dos níveis de CO2 reforçam o compromisso da empresa com a transparência e a busca de alternativas sustentáveis para a natureza.
No entanto, os benefícios conquistados pelo processo de descarbonização ampliam-se gradativamente e podem ser vistos pela população de Paragominas. Para Marcondes Mateus, morador da cidade, a Hydro tem gerado oportunidades de trabalho para os cidadãos locais e ajudado muitas famílias a terem uma fonte de renda. “A iniciativa da Hydro com caminhões elétricos é um exemplo de como é possível crescer com responsabilidade. Ela reduz emissões, melhora a qualidade do ar e ajuda a proteger a biodiversidade da Amazônia. Isso não só beneficia o meio ambiente, mas também a saúde de quem vive aqui. É um modelo que inspira outras empresas a seguirem o mesmo caminho”, reforça.
Marcondes Mateus, morador de Paragominas, para ele, a Hydro mostra como crescer de forma responsável com a adoção de veículos elétricos.
Na natureza, a redução de gases de efeito estufa, nos quais o CO2 está incluso, contribui para a mitigação da ebulição global ao ajudar a estabilizar as temperaturas globais e evitando eventos climáticos extremos. Paralelamente, a limitação das emissões de carbono também auxilia na preservação de habitats naturais que estão sofrendo com alterações climáticas. Ademais, o controle de gases poluentes melhoram a qualidade do ar e favorecem a saúde dos animais e das pessoas.
“O ar poluído pode exacerbar doenças pré existentes, como indivíduos que tenham doença pulmonar obstrutiva crônica que podem ter os sintomas maximizados por conta da poluição, além de desencadear doenças, como a asma brônquica, amigdalite, faringite, etc. Vale ressaltar que crianças e gestantes constituem grupo especialmente vulnerável para a poluição, apresentando maior sensibilidade para os efeitos maléficos da poluição. A redução dos gases CO2 na atmosfera contribui para o aumento da qualidade de vida da população, pois diminui a possibilidade de novas doenças advindas do contato com poluentes surgirem nesses indivíduos”, destaca Bruna Rocha, Enfermeira.
Através dessas inovações, empresas mineradoras impactam positivamente a vida das populações locais, seja ambiental ou socialmente. O Brasil e a Amazônia são protagonistas destas transformações e exemplos como o da Hydro e sua transição rumo à descarbonização são iniciativas que podem inspirar outras empresas e instituições ao uso responsável e sustentável da tecnologia e dos processos de extração de recursos.
Permeando os contextos da Agenda 2030, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a COP 30, as mineradoras podem avançar nas metas globais em prol do meio ambiente não apenas por meio de tecnologias, mas da inclusão e resultados reais para as comunidades locais. Elissandra e Marcondes são exemplos reais dos efeitos de uma mineração realizada de forma ética, inteligente e consciente.