Assessoria de Comunicação
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03 Dec
03Dec

Uma parte essencial dos critérios e diretrizes de segurança dentro de ambientes hospitalares diz respeito à prática da esterilização, que consiste em processos de limpeza e eliminação de micro-organismos presentes nos locais, assegurando maior proteção aos profissionais e pacientes, além de economizar recursos e materiais. A complexidade destes procedimentos exigem formação contínua e comprometimento dos profissionais da Enfermagem.

De acordo com o Enfermeiro Clovis Guse, Diretor Assistêncial do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, o gerenciamento do processo de esterilização, desde a entrada até a saída do material estéril, é feito por Enfermeiros e Enfermeiras. “É de fundamental importância que esses profissionais, tanto Enfermeiros quanto técnicos, gestores, coordenadores, até mesmo a alta direção do serviço de Enfermagem, conheçam os processos de esterilização porque o gerenciamento é feito por eles. Então, a primeira etapa do processo é higienização das mãos correta utilizando as técnicas adequadas. Outra etapa é receber todos os materiais, além de receber, é importante conferi-los porque pode evidenciar algum problema, alguma falha de processo no centro cirúrgico, que envolve o empacotamento, montagem, armazenamento, entre outros. Todos os processos são fundamentais para uma esterilização completa e de qualidade”, explica o profissional.

Recentemente, em Belém, a possível falta de higiene no manuseio de equipamentos e a circulação de pessoas em áreas restritas podem ter causado cegueira total ou parcial em mais de 20 pacientes após um mutirão de cirurgias de catarata. Denúncias apontam a presença de insetos na clínica e relatos de profissionais de saúde utilizando centros cirúrgicos como local de alimentação. Esses fatores levaram à investigação por parte das autoridades e aumentaram a preocupação da população em relação à segurança e aos cuidados essenciais nos ambientes hospitalares.

Há diversos processos que garantem a eficácia da limpeza e desinfecção. Entre eles, estão testes diários nas soluções de esterilização de alto nível, integrador biológico, fita zebrada ou biológico, que faz os testes de eliminação das bactérias com relação ao teste dentro de cada material de instrumentação. Paralelamente, também há a manutenção preventiva dos equipamentos, que concede validade e a eficácia dos processos. Nesse contexto, observa-se a atuação crucial da Central de Material Esterilizado (CME), que cuida dos materiais estéreis não só dentro das centrais, mas nas dispensações nas unidades. Visitas diárias, semanais e quinzenais são realizadas para checagem dos materiais e equipamentos, a fim de averiguar se estão bem guardados nos locais de destino.

“Eu vejo na área da saúde como um dos maiores desafios da Enfermagem no controle de infecção e esterilização dos materiais é justamente essa estrutura. né? Muitas vezes as CME não tem insumo para trabalhar, pra fazer os os testes de segurança da qualidade que às vezes são quatro, cinco etapas, né? Acho que esse é o maior desafio dos serviços. E também ter profissionais Enfermeiros continuamente em todos os horários de segunda a domingo. Que esses Enfermeiros estejam capacitados para que fiquem bem atentos ao processo de controle de estabilização e segurança do paciente no uso desses materiais”, acrescentou Clovis.

Outro ponto importante é a segurança do profissional de Enfermagem para proteger a si durante a esterilização. Existem produtos extremamente abrasivos e corrosivos, resultando na exposição dos profissionais. Logo, o uso de EPIs e EPCs é de profunda necessidade. O próprio manuseio incorreto dos equipamentos pode danificar a vida útil dos materiais, então é importante preservar a vida útil dos materiais e acessórios. Medidas como essas protegem a qualidade da assistência e podem reduzir o número de infecções, diminuindo também o tempo de permanência dos pacientes no hospital e evitando situações mais complexas. “É fundamental que os profissionais de Enfermagem tenham as condições adequadas e o preparo técnico-científico para gerenciar o processo de esterilização nas instituições de saúde. A capacitação contínua desses profissionais é indispensável, pois somente assim garantiremos que os materiais e equipamentos utilizados em pacientes sejam processados conforme as normas estabelecidas pela ANVISA e pelo Ministério da Saúde. Esse rigor assegura que todas as etapas do processo de esterilização sejam cumpridas de maneira adequada e minuciosa”, afirma Antônio Marcos Freire, presidente do Coren-PA.

Ele também destaca a importância do papel do Enfermeiro (a) nessa área. “O Enfermeiro exerce uma função central na esterilização, contribuindo para a preservação e a integridade dos materiais e equipamentos utilizados junto aos pacientes. Não adianta aplicar a melhor técnica cirúrgica se os instrumentos empregados no procedimento não forem corretamente tratados e processados na central de material de esterilização”.

O Coren-PA, por meio da Divisão de Fiscalização, tem trabalhado ativamente para inspecionar as condições de trabalho e garantir a autonomia do enfermeiro responsável pelas centrais de esterilização, assegurando o cumprimento das regulamentações e promovendo boas práticas no ambiente hospitalar.

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