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08 Jun
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Além do uso adequado e racional dos medicamentos, conforme a orientação médica, o descarte adequado deste tipo de resíduo deve ser priorizado pela população para evitar consequências sérias para o ecossistema. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os fármacos são considerados resíduos químicos.De acordo com o farmacêutico e docente da Estácio, Felype Pereira, os medicamentos possuem alto potencial de bioacumulação no meio ambiente e também têm baixa biodegradabilidade. “O resultado disso é a contaminação do solo, águas superficiais de rios e lençóis freáticos. Neste caso, há agressão direta e indireta à natureza, sendo uma ameaça à saúde ambiental”, ressaltou o docente.


O professor da Estácio ressalta que a população deve tomar alguns cuidados específicos para garantir a conservação dos medicamentos, evitando a perda de qualidade e o descarte precoce destes resíduos. Uma das medidas importantes é evitar a exposição dos fármacos ao sol, além de realizar a limpeza no local de guarda dos medicamentos, evitando a contaminação provocada por microrganismos, além da regulação da temperatura da geladeira em caso de medicamentos termolábeis.Além disso, o especialista destaca que a grande parte das pessoas possuem uma “farmacinha” em casa, que acumula uma grande quantidade de medicamentos que, sem os devidos cuidados, passam da validade, por isso é importante ficar atento ao controle do “tempo de vida” de cada medicamento.


“É importante comprar medicamentos necessários, com a indicação do farmacêutico, médico ou dentista, pelo menor tempo possível e, pelo menos uma vez no mês, fazer uma análise na sua “farmacinha” para verificar se existem fármacos próximos do vencimento, reduzindo o descarte”, explicou o docente da Estácio.O especialista ainda observa que existem alguns medicamentos que causam mais preocupação que outros. Entre os destaques estão os anticoncepcionais e os hormônios em geral, que contém substâncias mais contaminantes. Já os antibióticos fazem parte de um grupo especial que preocupa os profissionais da saúde e ambientalistas, pois o aumento do consumo de antibióticos gera, por consequência, maior descarte no meio ambiente, provocando o crescimento de resistência bacteriana devido ao contato com a água contaminada, além do efeito tóxico para os organismos aquáticos e danos à saúde humana.


Conforme a orientação do docente da Estácio, para realizar o descarte o consumidor não deve retirar o medicamento da embalagem primária como, por exemplo, no caso do xarope, que tem o frasco de vidro ou plástico, ou o blister que envolve o comprimido. “Uma observação importante é quanto ao descarte de materiais perfurocortantes (agulhas e ampolas), que não devem ser descartados nesses postos de coleta, mas em postos de saúde ou hospitais”, esclareceu.


Além das medidas preventivas, é importante ficar atento ao descarte correto de medicamentos, seguindo a destinação ambientalmente adequada prevista na legislação específica.  Os consumidores devem efetuar o descarte de medicamentos domiciliares ou em desuso e de suas embalagens nos pontos de coleta instalados em farmácias e drogarias.  Neste caso, é obrigatório ter pelo menos um ponto fixo a cada 10 mil habitantes.


Por: Fabiana Otero/Agência Eko.

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