O crescimento das redes sociais nas últimas décadas transformou a forma como as pessoas se comunicam, interagem e até trabalham. Segundo o relatório da Hootsuite, aproximadamente 58% da população mundial utiliza redes sociais, e um dos objetivos para o uso é utilizá-la como ferramenta de trabalho, especialmente para marketing e networking. Embora as redes sociais sejam ferramentas poderosas para os negócios, a constante conectividade e pressão para estar "sempre disponível" podem gerar problemas como ansiedade, estresse e até burnout.
A busca incessante por engajamento pode criar um ambiente de comparação social prejudicial, onde os profissionais sentem a necessidade de corresponder a padrões idealizados de sucesso. Para a psiquiatra Daniele Boulhosa a busca incessante por validação através de das redes sociais cria um ciclo vicioso de comparação que afeta diretamente a autoestima dos indivíduos. ‘’As plataformas podem funcionar como um espelho distorcido, onde as pessoas se veem constantemente tentando alcançar padrões irreais de sucesso e felicidade. Esse ambiente leva muitos profissionais a se sentirem inadequados quando não atingem os números esperados, aumentando o risco de desenvolverem problemas de saúde mental”, destaca Daniele.
A necessidade de estar sempre online e disponível pode gerar uma falta de desconexão, comprometendo a qualidade de vida e o tempo dedicado ao descanso e ao lazer. De acordo com a psiquiatra é necessário que o profissional estabeleça limites claros para o uso das redes sociais, criando momentos de "desintoxicação" das plataformas para reduzir a pressão e o estresse. “O momento de autocuidado digital é essencial para preservar a saúde mental e o bem-estar. Muitas vezes, nossas mentes estão carregadas de pressões e comparações geradas pelo uso contínuo das redes sociais onde é essencial que se crie espaços de desconexão intencional, onde o profissional possa se afastar das plataformas, permitindo que sua mente descanse e se recupere ", orienta a psiquiatra.
Ainda de acordo com a especialista, essas práticas de autocuidado digital não apenas promovem um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, mas também ajudam a construir uma relação mais consciente e benéfica com as redes sociais, assegurando que elas sejam utilizadas como ferramentas de apoio e não como fontes de estresse e ansiedade. “Para isso é necessário estabelecer limites claros e momentos de desconexão, ao criar essas barreiras, os indivíduos podem evitar a sobrecarga emocional e a pressão constante por validação, permitindo que o uso das redes sociais se torne mais focado e intencional. Essa abordagem ajuda a transformar a experiência digital em algo positivo, onde a conexão e a interação se tornam fontes de inspiração e aprendizado, em vez de ansiedade e comparação”, finaliza.