Dia 1º de abril é o Dia da Mentira, uma data popularmente conhecida e que faz parte da cultura brasileira, onde as pessoas aproveitam para fazer pegadinhas e brincadeiras no intuito de enganar umas às outras. No entanto, é preciso estar atento às mentiras compulsivas, que de forma consciente, se transforma num falseamento da realidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mentira compulsiva, ou Mitomania, é considerada uma doença e que precisa de tratamento adequado.
De acordo com a psiquiatra, Daniele Boulhosa, a Mitomania é um transtorno psicológico, onde o portador mente compulsivamente para se autoproteger, modificando sua realidade de forma que ela se pareça melhor. "A pessoa vive alimentando mentiras, criando fantasias de maneira crônica e se perdendo em suas próprias mentiras, provocando um adoecimento psíquico. Quem convive com pessoas assim já não sabe diferenciar o que é verdade e o que é mentira", ressalta a especialista.
Ainda de acordo com Daniele, a Mitomania pode ser resultado de algum outro transtorno psiquiátrico. "Antecedentes traumáticos também podem influenciar essa doença, assim como transtornos de personalidade, pois o mitomaníaco não aceita a realidade em que se encontra e tenta encobrir com mentiras, porém de forma patológica, o que é totalmente diferente de uma mentira social por exemplo", explica.
Pacientes com Mitomania não costumam sentir culpa ao mentir e geralmente contam histórias exacerbadas e improváveis, descrevendo fatos de forma extremamente detalhada e com versões diferentes, e que muitas vezes geram desconfiança nas pessoas que ouvem. "Mitomaníacos sabem que estão mentindo, mas não conseguem parar, e acabam vivendo numa realidade paralela. É uma doença que precisa de tratamento como qualquer outra e que exige mudança de hábitos. Por isso é necessário procurar um especialista para que se possa identificar a origem e os motivos que levaram o paciente a adquirir essa patologia", conclui Daniele.