Na noite do último sábado (05), o Conselho Regional de Enfermagem do Pará (Coren-PA) realizou um debate que abordou a força da Enfermagem na região Amazônica. Profissionais da área, acadêmicos, professores e autoridades participaram da programação que fez parte do “Diálogos Amazônicos” e puderam discutir sobre o futuro da profissão na Amazônia. O encontro ocorreu na Universidade Federal do Pará (UFPA). Além do tema proposto, foi discutido, também, uma das pautas importantes e que segue sendo bandeira de luta para a categoria, que é o Piso Salarial da Enfermagem.
No dispositivo, participou Danielle Cruz, presidente do Coren-PA; Antônia Trindade, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Pará (Senpa); Antônio Marcos Freire, vice-presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen); Jade Leão, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Pará; Osvaldo Luís Carvalho, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Belém (CMS), Edilson Moura, vice-prefeito de Belém e Rarison Trindade, acadêmico do 6º período do curso de Enfermagem da Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA). Juntos, eles dialogaram sobre experiências e propostas de interesse para a categoria no território amazônico.
A abertura foi proferida por Danielle Cruz, que reafirmou sua luta contínua pelos profissionais paraenses. “Queremos afirmar o nosso posicionamento enquanto força, não apenas numérica, pois sabemos do nosso contingente. Somos grandes e a nossa força de produção de saúde é para que a gente possa alcançar outros patamares na Enfermagem”, disse. A presidente do Coren-PA apontou o tema do encontro, dentro da programação, como o único a integrar o evento que antecedeu a Cúpula da Amazônia. “Essa foi a única atividade voltada para a Enfermagem, com temáticas para a saúde, poucas, inclusive, que estão sendo discutidas. Nós, povos amazônicos, precisamos debater sobre saúde para a gente. Essa ausência de espaço, de discussão, de produção, de proposição, enfraquece e enxerga um pouco a nossa luta muito forte na categoria”, detalhou.
Sobre o processo de mais espaços para diálogos com os povos da Amazônia, Jade Leão, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Pará, reforçou que esses encontros de discussões devem partir dos povos da Amazônia. “Quando chega um debate que não foi dialogado da forma que a gente queria, que o processo de escuta só é colocado para gente, isso nos deixa um pouco de fora daquele local de pertencimento. Então é fundamental que a gente se aproprie desses espaços. E é importante que a gente faça esse debate, esse processo de politização da Enfermagem a partir da nossa perspectiva da Amazônia”, enfatizou Jade.
Durante o debate, foi destacado uma das bandeiras de luta da categoria, que é o Piso Salarial da Enfermagem, aprovado este ano, mas que não entrou no orçamento do ano corrente. Jade frisou a necessidade do Ministério da Saúde de garantir o pagamento do piso salarial dos profissionais da área. “O comprometimento do Ministério da Saúde é de garantir o repasse do piso para nós que atuamos na área. Por isso que a luta é constante, é contínua, precisamos nos manter atentos e atentas nesse processo de construção da implementação do nosso piso”, defendeu.
Sobre a conquista do Coren-PA em garantir espaço no encontro, o vice-presidente do Cofen, Antônio Marcos Freire, avaliou como positivo a conquista. “Inserir esse tema dentro de um evento, é importante para a Amazônia. Parabenizo o Conselho Regional de Enfermagem do Pará, pela oportunidade de mostrar o valor da Enfermagem nesse cenário, e como profissional, é necessário colocarmos à tona essas questões do nosso cotidiano”, contou.
Para Antônio, há uma necessidade de ampliar encontros e discutir sobre assuntos importantes, que inclui a sociedade como pauta prioritária, dentro das escolas.
“Incluir dentro do currículo um debate claro, uma matéria que discuta sobre temas relevantes, dentro das instituições de ensino, para que a gente possa ter essa consciência mais ampla. A gente quer que esse tipo de atividade seja um processo de transformação”, explicou.
Rarison Trindade, acadêmico de Enfermagem, participou pela 1º vez de um debate, e se sentiu lisonjeado por integrar um encontro com grandes representantes da categoria. “Ser convocado para dialogar com estes profissionais, em um evento importante para a nossa região, foi muito importante. Isso agregou muito na minha carreira como pessoa e como profissional. A plenária do Coren-PA, Dra. Danielle Cruz, está de parabéns por criar essa rede de diálogos que conta com uma grande corrente de apoio do setor. Isso é importante e necessário nesse momento’, completou.
Ao destacar as mais de 400 discussões e, portanto, uma agenda intensa para participar, Osvaldo Carvalho, presidente do Conselho Municipal de Saúde, destacou a importância da participação massiva de todos e criticou a ausência de atores fundamentais nos debates. “Eu acho que esse é o mote. Não adianta eu reclamar que eu não sou ouvido, que não é discutido. A coisa está acontecendo aqui dentro da nossa casa e eu não participo. Se você abrir o Instagram, lá vai todo mundo falando do piso salarial, porque não tem seringa, porque não tem medicamento”, destacou Osvaldo.
Por: Assessoria de Comunicação Coren-PA.