Através de palestras, mesas de conversa e compartilhamento de experiências, a I Conferência de Ética e Legislação da Enfermagem encerrou sua primeira edição com sucesso e muitas novidades. Durante os dias 25 e 26 de setembro, no Hotel Sagres, Belém, tornou-se o centro do debate ético e moral no contexto da saúde, do trabalho humanizado e do atendimento qualificado. A programação foi totalmente gratuita e recebeu centenas de participantes.
“A ética é um tema universal e que nunca se esgota. Para nós, em especial da fiscalização, conversar sobre é importantíssimo porque o trabalho da ética é prevenção. Você fala de respeito à dignidade humana. Você fala de respeito às diferenças, você fala de respeito à vontade, autonomia das pessoas. E você também fala do direito do profissional de enfermagem, de exercer a profissão cumprindo também alguns preceitos éticos pessoais dele. Então quando você consegue associar a ética com a sua prática profissional tudo fica mais fácil. É impossível ser ético o tempo todo, mas a prática da ética é um exercício diário”, explica Marcandra Santos, enfermeira da divisão de fiscalização do Coren-PA, que ministrou no dia 25 a palestra “Compreensão e Importância do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem para o Exercício da Profissão”.
Para Adams Silva, Presidente da Comissão de Ética de Enfermagem do Ophir Loyola, a programação foi enriquecedora em vários sentidos. “O evento veio pra justamente alinhar e uniformizar todos os processos, seja para estudantes de enfermagem, enfermeiros, instituições e outros graduados, a fim de que possam visualizar os certames legislativos que a gente tem como parâmetro dentro da nossa vivência, sejam eles consultivos, processuais, informativos ou educativos”, explicou ele.
Abrindo o segundo dia de atividades, o Procurador Geral Braz Mello, que atua no Coren-Pa, ministrou a palestra "Comissão de Ética de Enfermagem: Qual o seu papel e como implementar?”, falando da aplicação adequada das legislações dentro da saúde. “É necessário falar disso para que o Coren inclusive possa cumprir as suas finalidades: zelar pelo bom exercício da enfermagem e beneficiar a sociedade. O nível de debate foi muito profundo e acho que todo mundo hoje, inclusive eu mesmo, saio bem melhor, muito mais motivado, muito mais ciente do papel profissional e do papel necessário da discussão sobre a ética na enfermagem”, destacou Brazz.
Assuntos como Assédio Moral e Violência no Ambiente de Trabalho da Enfermagem, Ética e Humanização nos Serviços de Saúde, Redes Sociais e Dilemas Éticos, além da própria existência e trabalho das Comissões de Ética, tomaram espaço no último dia de conferência. A presença de membros das Comissões enriqueceu ainda mais as atividades, por meio do compartilhamento de cases e experiências profissionais.
Membro da Comissão de Ética de Enfermagem do Hospital Universitário João de Barros Barreto, Renata Lopes comentou a relevância das temáticas para todos os presentes. “Tudo o que foi abordado foi importante para a nossa prática profissional. Desejo que iniciativas como essa perdurem, uma vez que precisamos explorar e desbravar cada vez mais esse assunto. Nós estamos diretamente envolvidos com as discussões éticas e é preciso desenvolver nossas condutas para fortalecermos ainda mais a nossa categoria”, disse.
Como resultado da Conferência, o Coren-Pa espera contribuir positivamente para a melhoria e o desenvolvimento da enfermagem em todas as esferas do atendimento e cuidado aos pacientes. Na programação, foram apresentadas ao público as ouvidorias, Comissões, canais de atendimento e outros projetos do Conselho que procuram viabilizar e tornar mais céleres as resoluções de problemas internos das instituições e que almejam fortalecer a rede de enfermeiros e enfermeiras no estado do Pará.
“Aos enfermeiros, técnicos e auxiliares, aos nossos amigos e agentes comunitários de saúde, os agentes de endemias, acadêmicos, pesquisadores, dentre outros: a enfermagem é parceira de vocês em prol da saúde da população. Nós precisamos cada vez mais trabalhar juntos porque ninguém resolve o problema da saúde sozinho, mas apenas com um trabalho coletivo de muita integração, de muita responsabilidade e comportamento exemplar. E com isso, deixo aqui uma ideia aos colegas de trabalho que procurem discutir com seus superiores ou colaboradores novas estruturas de educação permanente e continuada, para que esses debates continuem sendo alimentados. Nós temos um compromisso de trabalhar para muito mais do que apenas capacitações. A gente quer que as comissões não sejam apenas figuras decorativas dentro do hospital, mas possam estar ajudando a dirigir problemas de todas as esferas”, concluiu Antônio Marcos Freire, Presidente do Coren-Pa.