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13 Jul
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“Quando você usa drogas já é um pedido de ajuda. Pois se você está usando drogas é porque algo na sua vida não está bem”, relata Gabriel Menezes, de 25, sóbrio há 4 anos e 8 meses, cuja dependência química iniciou ainda na adolescência, uma fase em que todo jovem está em busca de autoconhecimento. “Eu não sabia quem eu era e nem o que queria para minha vida. A falta de controle com meus próprios sentimentos me consumia e acabei depositando toda minha ansiedade nas drogas”, relembra Gabriel.


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 6% da população brasileira faz algum tipo de droga, sendo considerada dependente químico, o que caracteriza mais de 12 milhões de pessoas. De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a cocaína está entre as substâncias químicas mais consumidas entre os jovens de classe média. Hoje, 18% da oferta mundial anual dessa droga é consumida por 2,8 milhões de brasileiros, ou seja, 1,4% da população.


Na vida de Gabriel, a maconha era a droga de predileção. “Não usava cocaína, nem crack, mas me afundei no uso da maconha. Usava também drogas comuns em festas e baladas como exctasy e LSD. Meus pais sempre foram contra esse vício. No começo eu conseguia ficar uns três ou quatro meses fazendo uso de drogas lícitas como álcool e cigarro, e suspendia a maconha. Mas era o máximo de tempo que conseguia suportar até ter uma nova recaída, porque eu não ficava abstêmio. Tentava substituir uma droga pela outra”, conta.


“Foi um sofrimento muito grande para mim e para minha família. Passamos noites em claro, a falta de autoconhecimento me prejudicava muito. Até porque parar de usar droga é uma coisa, mas os defeitos de caráter é outra coisa. E nos adictos, que são pessoas viciadas no consumo de drogas ilícitas ou em qualquer dependência psicológica ou compulsão, esses sentimentos são maximizados e só conseguimos uma mudança verdadeira através da terapia, onde são trabalhados a nossa autosuficiência, egocentrismo, falta de humildade, autopiedade, e etc”, narra Gabriel.


Gabriel descreve que só permitia ser ajudado quando tinha lapsos de consciência. “Eu não queria parar de usar drogas, mas também queria ser ajudado. Por isso, quando tinha esses lapsos eu aceitava a ajuda da minha família para ir ao médico consultar com algum terapeuta. Mas no fundo era só uma enrolação da minha parte, porque na verdade eu manipulava todos ao meu redor para ganhar tempo. Até que em uma dessas consultas, que fiz na Voo de Liberdade, fui internado involuntariamente. E foi a melhor coisa que minha família poderia ter feito por mim”.


“No meu segundo dia de internação eu já havia entendido que precisava entender e passar por aquele processo. Não lutei contra, apenas aceitei. Eu precisei passar por isso, pois não havia outra solução para que eu conseguisse ficar abstêmico sem uma intervenção como essa, e iniciar meu processo de desintoxicação. Durante o tempo que passei na clínica fui muito bem cuidado e tratado e digo que o que fez a diferença no meu tratamento foi o atendimento humanizado de todos os funcionários da clínica”, pontua Gabriel.


Para Mônica Azevedo, diretora presidente da Clínica Médica Voo de Liberdade, buscar proporcionar um espaço de acolhimento e segurança é o que vai gerar bons resultados no tratamento dos pacientes. “Isso engloba não apenas estrutura física, mas capacitação profissional. Enfatizamos que nossa equipe esteja sempre apta a dar o seu melhor e oferecer segurança e empatia aos nossos pacientes. Isso vai fazer toda a diferença na recuperação dos nossos adictos”, ressalta a especialista.


“Hoje minha vida mudou completamente. Aprendi a me conhecer com a ajuda das terapias, e o principal foi aprender a viver sem drogas. Hoje tenho orgulho de falar que passei por esse tratamento, até mesmo para alertar outras pessoas a procurarem ajuda o quanto antes. Minha relação familiar foi restaurada e consegui ser bem sucedido também na minha vida profissional. Aprendi a ser feliz hoje, pois o amanhã é o novo hoje, e o que importa é aproveitar bem a vida hoje, as pessoas, os locais, a minha sobriedade”, finaliza.

Por: Vanessa Lago/Assessoria Clinica Voo de Liberdade.

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