Os policiais militares Mikenedy de Freitas Leão e Walmir Monteiro Bezerra foram absolvidos, na última semana, das acusações de homicídio qualificado contra dois jovens durante um velório ocorrido em 2013, no bairro de Val-de-Cans, em Belém. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), que acolheu a tese da defesa e seguiu o entendimento do Ministério Público pela inexistência de provas que sustentassem a autoria dos crimes atribuídos aos réus.
Por trás da absolvição que encerra mais de uma década de processo criminal, está o trabalho técnico e estratégico de uma equipe de advogados paraenses formada por Lucas Sá, Paulo Bona, Américo Leal, Marco Mejia, Samio Sarraf, Marcos Zanuzo e Henrique Almeida. Os profissionais foram responsáveis pela sustentação da tese de negativa de autoria, que prevaleceu entre os jurados.
O julgamento foi realizado no 1º Tribunal do Júri da Comarca da Capital, sob presidência do juiz Edmar Silva Pereira, e teve início nas primeiras horas da última quinta-feira (10). Após a oitiva de oito testemunhas — sendo cinco presenciais e três por videoconferência — os jurados deliberaram pela absolvição por volta das 18h40.
De acordo com a linha de defesa apresentada pelos advogados, não havia qualquer elemento técnico ou probatório que sustentasse a participação dos policiais no crime. O promotor de justiça Gerson Daniel da Silveira, que conduziu a acusação, também reconheceu a fragilidade das provas, destacando que as principais testemunhas do Ministério Público não foram localizadas, mesmo após anos de diligências.
Entre os pontos questionados durante o julgamento, esteve um retrato falado que chegou a apontar 80% de semelhança com um dos réus. No entanto, a própria testemunha responsável por auxiliar na confecção do material afirmou em plenário não se recordar do procedimento.
Confiança no Tribunal do JúriApós o veredito, os advogados responsáveis pela defesa reforçaram que a decisão representa o fim de um ciclo de angústia e incertezas para os dois policiais militares. “A absolvição encerra um capítulo doloroso da vida dos acusados, marcado por anos de espera, desgaste e comprometimento da imagem pessoal e profissional. Com o desfecho do julgamento, espera-se que ambos possam retomar suas rotinas com a tranquilidade de quem teve sua inocência reconhecida pelo sistema de Justiça”, afirmou a banca, em nota conjunta.