A Associação Indígena Juruna Tubyá comemora a inauguração da primeira agroindústria de beneficiamento de mandioca de Altamira e região. O espaço foi construído e equipado pela Norte Energia, concessionária da UHE Belo Monte, para contribuir com a geração de renda dos indígenas da etnia Juruna, que vivem no ramal do Picadinho, localizado a 115 quilômetros da sede do município.
Conhecida popularmente como casa de farinha, a estrutura é moderna e foi construída em conformidade com as melhores práticas para a fabricação do alimento. Com capacidade de produção de 1.020 kg de farinha por dia, o espaço conta com áreas para recepção e descarga; armazenamento e de produção, esta última equipada com descascador de mandioca, prensa hidráulica, desintegrador, peneira vibratória, forno manual e forno mecanizado.
Desde que entrou em funcionamento, em fevereiro deste ano, a casa de farinha gerou renda aproximada de R$ 50 mil para as oito famílias indígenas envolvidas diretamente no projeto, além de criar empregos para famílias não-indígenas moradoras do entorno. A comunidade já trabalhava com o cultivo de mandioca e com a produção artesanal de farinha, mas agora as técnicas foram aprimoradas.
Para o funcionamento da agroindústria, a Norte Energia apoia a Associação Indígena Juruna Tubyá por meio de três programas do Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI) da usina, que abrangem as etapas de plantio, processamento e comercialização. Irasilda Moraes Pereira Fernandes, presidente da associação, acredita que com a agroindústria a comunidade terá condições de ampliar a produção e a geração de renda. “Já trabalhávamos com farinha, só que não tínhamos uma estrutura como a que temos atualmente. Então esse projeto veio mesmo para melhorar a nossa expectativa.”, conta.
O projeto da agroindústria é acompanhado pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), que agora vem atuando no processo de certificação dos produtos da Associação Indígena Juruna Tubyá. O selo da Adepará atesta a qualidade do processo de fabricação e manipulação do alimento. “Temos o papel de verificar todo o padrão higiênico e o registro para produção para o mercado, afinal é um produto que vai para a mesa do ser humano. É a primeira a ser registrada no município de Altamira e a gente fica bem contente porque é mais produção, mais emprego, mais renda.”, explica o gerente regional da Adepará, Rubens Santos.
A gerente Socioambiental do Componente Indígena da Norte Energia, Sabrina Miranda Brito, destaca a importância da agroindústria. “Este projeto é um marco para a soberania e autonomia da comunidade. Ao apoiá-los, possibilitamos que os recursos e os benefícios gerados pela produção permaneçam dentro da própria comunidade, fortalecendo sua capacidade de autossuficiência e preservando suas tradições culturais. Estamos comprometidos em continuar nossa parceria com a comunidade e órgãos competentes para promover o desenvolvimento sustentável e o progresso social da comunidade, considerando o impacto positivo que essa iniciativa terá para o futuro destas famílias”, conclui.