Agência Eko
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19 Mar
19Mar

Nos últimos meses, os brasileiros têm sentido no bolso o impacto do aumento nos preços dos alimentos. Itens básicos como arroz, feijão, óleo e carne subiram consideravelmente, elevando o custo de vida e desafiando o orçamento de muitas famílias. Segundo dados do IBGE, a inflação acumulada no setor de alimentação já supera a média geral, com fatores como custos de produção, clima adverso e alta demanda contribuindo para o cenário.

Diante desse cenário, o governo federal anunciou a decisão de zerar a alíquota de importação de alguns produtos alimentícios, medida que visa reduzir a pressão sobre os preços. No entanto, especialistas alertam que a falta de um prazo determinado para o encerramento dessa política pode gerar impactos negativos a longo prazo.

"A curto prazo, a isenção de impostos para a importação de produtos essenciais pode trazer um alívio imediato para o bolso dos consumidores, uma vez que tende a reduzir os custos desses itens e, consequentemente, seus preços no mercado interno. No entanto, é importante destacar que essa medida, por si só, não é suficiente para garantir uma redução sustentável da inflação ou dos preços dos alimentos a longo prazo", explica Fernando Neto, economista e professor da Estácio.

Para mitigar esses riscos, sugere-se o estabelecimento de um prazo claro para a medida, aliado a investimentos em tecnologia e crédito para os produtores nacionais.

A discussão também levanta a questão sobre qual caminho o governo deve priorizar: investir na produção interna ou ampliar as importações. "Para mitigar esses impactos, é importante adotar medidas temporárias e focadas, oferecer apoio aos produtores locais (como crédito subsidiado e investimentos em tecnologia), e fortalecer a competitividade do setor", defende Fernando. Ele ressalta que o fortalecimento da produção interna não só garante segurança alimentar, mas também gera empregos e reduz custos a médio prazo.

Enquanto isso, as famílias seguem buscando alternativas para equilibrar o orçamento diante da alta dos preços. Muitas têm optado por substituir produtos tradicionais por opções mais acessíveis ou reduzir o consumo de itens essenciais.

Para especialistas, a solução do problema passa por uma abordagem equilibrada. Além de medidas emergenciais, como a redução temporária de tarifas de importação, é fundamental investir em estoques reguladores e políticas que incentivem a produtividade no campo.

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