Luciana Carvalho / Gaby Comunicação
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02 Oct
02Oct

Agora, professores e educadores terão a oportunidade de tornar suas aulas ainda mais lúdicas e divertidas com o lançamento do "Imagens para Jogar, do Sul ao Norte - Caderno Educativo". O guia prático, desenvolvido a partir do projeto "Imagens para Jogar, do Sul ao Norte", traz uma série de jogos visuais e atividades criativas que utilizam a fotografia como ferramenta de expressão. O lançamento do material, que será disponibilizado como e-book na Amazon, ocorrerá no próximo sábado (5) e promete inspirar novas formas de aprendizado colaborativo e artístico em escolas e outras/demais instituições. O projeto foi fomentado pela Lei Paulo Gustavo, com apoio do Governo do Estado.


Desenvolvido pela artista visual paraense Ceci Bandeira e a artista uruguaia Ana Cuesta, o caderno reúne jogos de arte educação aplicados ao longo de dois meses no início de 2024 com crianças e adolescentes na sede da Associação Comunitária Limoeiro, localizada no bairro do Jurunas, em Belém. 


Na época, Ceci, que foi uma das facilitadoras das oficinas, propôs gerar um intercâmbio artístico e troca de ideias entre as crianças e adolescentes do bairro.  A ação foi inspirada no trabalho da artista Ana Cuesta, que mora em Montevideo, e da varanda do seu prédio, realizava fotografias de pessoas que passavam pela calçada. Depois, ela própria intervia nos cliques e os transformava em jogos para a criançada, que podiam manusear e construírem suas narrativas. 


A ideia de registrar as atividades das oficinas em um e-book surgiu com a intenção de compartilhar o processo criativo e inspirar mais pessoas a explorar novas maneiras de utilizar a fotografia no seu cotidiano. O material, que também será lançado em espanhol, espera ser reproduzido por jovens de diferentes localidades da América Latina, traz uma variedade de exercícios que podem ser aplicados em escolas, museus e até em jogos familiares.
“O caderno propõe transformar fotografias em jogos interativos, estimulando a criação coletiva e a colaboração entre os participantes", explicou Ceci, acrescentando que o mini livro foi pensado para ser reproduzido em diversos contextos educacionais.


Destinado a educadores, artistas e mediadores que buscam incorporar práticas criativas em suas metodologias educativas, o livreto virtual reforça a importância da expressão criativa no desenvolvimento infantil, uma vez que estimula a imaginação, a criação coletiva e o pensamento crítico.
“A metodologia do ‘Imagens para Jogar’ desafia o protagonismo artístico criando obras coletivas e experimentável, questiona a noção convencional da arte como algo contemplativo e intocável e traz leveza à rigidez institucional, convidando todos a jogar, além de se consolidar também como estratégia de ativação da educação artística nos museus e outros espaços expositivos. A ideia central é que as fotografias possam ser muito mais do que meros registros visuais, elas se transformam em ferramentas de interpretação e criação. Ao compartilhar e intervir nas imagens, explora-se a fotografia para além da contemplação passiva, tornando-a uma atividade coletiva”, explicou a artista visual paraense. 


OPORTUNIDADES 
O projeto, que teve como ponto central o desenvolvimento de atividades em uma comunidade periférica de Belém, teve como objetivo diminuir a distância entre o mundo da arte e a vida cotidiana. 
Para Ceci, a experiência com as crianças da Associação Limoeiro foi transformadora, revelando o grande potencial dos jovens para a arte, especialmente para a fotografia.


“Eles puderam expressar sua criatividade a partir da sua vivência cotidiana e posso afirmar que muitos possuem um potencial enorme para as artes, principalmente para a fotografia”, acrescentou. 
O material estará disponível na Amazon, com download gratuito por alguns dias. Após esse período, será vendido a um valor acessível, e todo o montante arrecadado será destinado à Associação Limoeiro, onde as oficinas foram realizadas.


PARCERIA 
A proposta do projeto em si se desenvolveu através do diálogo com o trabalho da artista uruguaia Ana Cuesta. Ceci conheceu a obra da artista uruguaia, intitulada "Desde el balcón", no Museu Torres García.
“Achamos que seria uma ótima ideia criar experimentações artísticas semelhantes a dela em espaços não tradicionais como escolas e outras comunidades do Brasil. Ao dialogarmos com a Ana, descobrimos que ela também já desenvolvia esse tipo de trabalho não apenas no setor educativo do Museu Histórico Nacional do Uruguai, como também nas escolas. Então, decidimos que esse projeto deveria falar sobre essa ligação latino-americana e suas possibilidades, capaz de investigar um mesmo método arte-educativo em localidades diferentes”, explicou a paraense.

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