A amamentação é um processo e momento pelo qual todas as mães e recém-nascidos devem passar com qualidade. Várias pesquisas científicas comprovam que o leite humano é rico em imunoglobulinas, anticorpos e nutrientes que protegem tanto o bebê quanto a genitora e, por essa razão, o mês de agosto concentra esforços em uma campanha de saúde nacional para incentivar e conscientizar a respeito do aleitamento materno.
Com o apoio dos Conselhos de Enfermagem, a exemplo do Coren-PA, a Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno promove a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que neste ano possui o tema “Reduzindo a lacuna: apoio à amamentação para todos”.
Além de contribuir para formação de vínculos afetivos entre a mãe e o bebê, o leite materno é crucial para o desenvolvimento integral do recém-nascido e previne infecções, pneumonia, diarreias, doenças crônicas no futuro da criança, assim como reduz os riscos de hemorragias no pós-parto, câncer de mama, ovários e no colo do útero no caso da genitora. No entanto, devido a diferenças culturais e sociais, o processo do aleitamento pode acabar sendo prejudicado, impactando negativamente a saúde do núcleo familiar.
Segundo Elisanete Carvalho, enfermeira obstétrica e integrante da Comissão de Saúde da Mulher do Coren-PA, desigualdades podem criar cenários favoráveis e desfavoráveis para a amamentação. “Algumas mães têm mais acesso a informações, suporte e condições favoráveis para amamentar. Outras não. Elas enfrentam dificuldades e barreiras, como falta de orientação, pressões sociais, dificuldades no trabalho ou até mesmo mitos culturais”, explica.De acordo com o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), existem mitos que dificultam a amamentação e uma falácia que engana diversas famílias é a de que a amamentação é fácil.
“Os bebês nascem com o reflexo de procurar pelo seio da mãe. No entanto, muitas mães precisam de apoio prático para posicionar o bebê para a amamentação e garantir que o bebê esteja conectado corretamente ao seio. A amamentação leva tempo e prática para mães e bebês. A amamentação também demanda tempo e, por isso, as mães precisam de espaço e apoio em casa e no trabalho”, complementa ela.
Outra informação que deve ser desmistificada é que outras pessoas não podem dar apoio às mães que enfrentam problemas com o aleitamento. Na Fundação Santa Casa, através do site, é possível entrar em contato com o Banco de Leite para a doação do leite materno, realizar triagem e cadastro, apresentar exames pré ou pós-natal compatíveis e assim a extração e armazenamento do leite pode ser realizada com segurança. Paralelamente, através da campanha Agosto Dourado, há o compartilhamento de informações sobre os benefícios e manejo do aleitamento materno, além de suporte físico e emocional para gestantes e lactantes, treinamentos para auxílio de mães na amamentação e elaboração de políticas públicas de proteção à maternidade.
A enfermeira Elisanete reforça que a mobilização social do Agosto Dourado, através do governo, sistemas de saúde, locais de trabalho, comunidades e famílias, deve representar o acolhimento a todas as mães, principalmente para aquelas em situação de vulnerabilidade social. Neste ano de 2024, a escolha do tema da campanha de conscientização está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU).Para Antônio Marcos Freire, presidente do Coren-PA, o engajamento das instituições públicas pelo bem da sociedade é um dos principais propósitos do Conselho Regional de Enfermagem.
“O Conselho Regional de Enfermagem apoiará e participará atividades ao longo do mês das atividades definidas pelo Comitê Estadual de Aleitamento Materno, inclusive, realizando atividades. Precisamos melhorar as condições para que mães possam de fato amamentar seus filhos, de forma mais saudável e segura, considerando que esse momento tem um efeito para toda a vida do bebê e certamente da genitora também”, afirma Freire.